A América Pré-colombiana: as civilizações Maia, Astecas e os Incas e a conquista da América

A América Pré-colombiana: as civilizações Maia, Astecas e os Incas e a conquista da América

A América Pré-colombiana: as civilizações Maia, Astecas e os Incas e a conquista da América

 

Prof. Thiago Pestana

 

 

Introdução

 

            Esta etapa pretende ter uma ideia da América pré-colombiana passando pelas civilizações Maia, Astecas e Incas, povos com politeístas com base na religião agrícola. E com o fim desses povos é a conquista da América pelos espanhóis que dizimaram a população em nome da coroa pela busca das riquezas naturais da colônia.

 

Os Povos Pré-colombianos

 

            A origem mais provável desses povos aponta alguns pesquisadores eurocêntricos, são da Ásia, na China. Estudando os chineses, por exemplo, o cabelo e os fiapos de barba que na era do gelo ou período de glaciação esses povos nômades atravessaram o Estreito de Bering a mais ou menos 14 mil anos atrás chegando à América. A marcha para a América durou de 200 a 300 anos com 15 mil quilômetros percorridos se estabelecendo na região até a conquista espanhola no continente no século XVI.

Sua organização e força política geraram a divisão do continente, sendo os tupis-guaranis mais frágeis ou menos desorganizados e muito divididos, foram

expulsos da América do Norte se estabelecendo provavelmente na América do Sul como bem conhecemos quando na chegada dos portugueses.

            Os Olmecas conheciam a agricultura cultivando o arroz vermelho e o milho, base de sua alimentação e a religião politeísta com deuses de alternância, entre eles montanhas ou animais. Os sacrifícios humanos eram comuns, pegando os mais jovens e fortes (virgens) para oferecer aos deuses que obtinham duas divindades – masculina e feminina – ou seja, sol e lua.

Um deus forte como o jaguar e a águia, animais de grande resistência e se um deus não dava certo como, por exemplo, uma má colheita ou um período de grande seca trazendo graves consequências, esses povos da América pré-colombiana trocavam de deuses constantemente na medida em que seus pedidos não eram atendidos. E tinham um terceiro deus – serpente de pluma – que anda na terra, nada e voa por causa da pluma. Esta descrição compõe a chamada mitologia maia.

Conheciam a arquitetura com seus templos erguidos de pedras com local definido, pintura rupestre, estátuas que cada dinastia construía estátuas cada vez maiores para demonstrarem força e poder.

 

A civilização Maia

 

            Localizada na região da Guatemala, Honduras e uma pequena parte do México, na planície de Iucatán. Desenvolveu uma economia agrícola extrativista, irrigação a queda livre abastecendo a região por valas em trechos longos, ou seja, no formato de espinha de peixe e bambus fornecendo água sendo que, os europeus se surpreenderam com esse avançado sistema tecnológico.

Chamados de gregos do novo mundo a civilização maia obtinham conhecimentos da escrita, agricultura e arquitetura, o uso de terra coletivo e uma sociedade militar. Governante divino, os camponeses presos a terra produziam uma parte para o governante e outra para sua família. A religião politeísta com ligação com os astros e com a terra, deuses recriados, humanizavam seus deuses. Os sacrifícios humanos para amenizar as secas, pragas ou doenças, oferecendo os jovens mais belos da sociedade.

Realizavam um comércio de trocas, entre eles a moeda (ouro ou cobre), objetos (domínio dos metais), artesanato, sendo que, o comércio traz a urbanização, com cidades palácios e habilidades com as artes e as formas. Entre as cidades mais importantes ou os grandes centros, Palenque era a capital maia, Copán com o grande comércio e Tical o centro religioso.

O povo maia era uma sociedade com escravos, que podiam ser prisioneiros de guerra, crimes econômicos, políticos ou sociais. A decadência ou as últimas resistências dos militares maias foram sufocadas pelos conquistadores espanhóis.

 

A civilização Asteca

 

            Localizada no Vale do México, essa sociedade escravista e militarizada, conquistando povos para a exploração. O comércio e a economia é na base do milho, feijão, arroz, cacau, tabaco, tequila, desse povo temos a origem do chocolate levado pelos conquistadores à corte espanhola.

Seus deuses, águia, jaguar e o coiote e o grande deus dessa civilização Quetzcoalt (Deus Sol) e a base política: “Imperadores” teocráticos, dinastia de pai para filho, ou seja, hereditária, sacerdotes e militares alimentados pelas classes dominadas. Eram realizados os sacrifícios humanos, entre eles, podiam ser dos povos conquistados. A decadência asteca é por volta de 1435 em uma sociedade de classes, escravista e autoritária que, quando os europeus chegam, a sociedade já estava fragmentada por lutas internas que os levaram à ruína.

 

Os Incas

 

            Localizados na América do Sul, Equador, Bolívia, Peru e Chile, conhecidos por lendas (tempo lendário) e não por escrita. Economia agrícola, milho batata, tomate e terras comunitárias com grupos para produzir para a sobrevivência e a produção excedente era fornecido para o Imperador. Algo interessante nessa sociedade era o equilíbrio para toda a comunidade, ou seja, não existia fome.

No campo político: Imperador, sacerdotes, militares e os aylus, o deus Inca era de todas as classes e a hegemonia política praticada pela elite, não existia diferença entre as classes, tanto que, quando os espanhóis chegam, encontram um povo unido.

Grandes construtores, como um símbolo dessa sociedade, a lendária Machu Picchu, resistente a tremores e com grande capacidade de abastecimento para todos os moradores.

A conquista da América

 

            A crise europeia do século XIV e XV, marcado pela fome, geadas e secas, também pelas barreiras fechadas em Constantinopla – pagando pesadíssimos impostos – a crise comercial se agravou para os produtos que vinham do Oriente.

Com a chegada de Colombo em outubro de 1492, a coroa espanhola monta um engenhosa tática de exploração, entre elas a Casa de Contratação. Com sua sede em Sevilha, tudo o que vem da colônia passa por essa que uma espécie de matriz do comércio explorador, ou seja, um centro de controle das riquezas coloniais.

Em função disso, o estabelecimento dessa rede, tem como a estratégia dividir as rotas na maior exploração possível e sem perda de tempo. Em Potossi, na Bolívia, maior produtora de Ouro, a Bacia do Prata – que ficou conhecida por esta nomeação pela quantidade de prata encontrada no leito do rio – para a exploração da prata, criação de animais e uma excelente agricultura.

Diante da incipiente expedição, a troca de correspondências entre Colombo e a Corte não causava entusiasmo para os reis. Ora, era evidente que almejavam obter recursos o em um tempo curto e vultoso volume. A expressão de Colombo diante desta missão não agradou tanto a coroa, pois os recursos encontrados pelo navegador não satisfaziam os anseios gananciosos destes e a credibilidade de Colombo passou a ser questionada, sobretudo pela sua tripulação que estando em alto mar ou em terra, percebiam diante de seus olhos que a riqueza não havia brilhado conforme as promessas de Colombo. Eis que o poder de persuasão do navegador acalmava os ânimos e incentivava sua tripulação a olhar as dificuldades com entusiasmo acreditando que na hora certa a recompensa chegaria e todas as dificuldades seriam sanadas.

Eis que as coisas começaram a mudar e para termos uma ideia, por volta de 1570, são extraídos da colônia para a Europa milhares de toneladas de ouro, com uma logística de exploração para a coroa espanhola. Com cidades estratégicas, entre elas Sevilha, Madri e Barcelona, de onde Colombo zarpou, a estrutura para a exploração estava montada e consequentemente o genocídio e o desaparecimento da civilização americana estava com os dias contados.

Além de Colombo o grande navegador, houve outros navegadores assassinos espanhóis que dizimaram a população ameríndia, – Cortez e Pizarro – em nome da coroa espanhola e na busca pelos minerais preciosos do Novo Mundo.

Vale ressaltar que Colombo não via a expedição para as Índias com a ambição dos reis da Europa, pelo contrário, suas habilidades como navegador proporcionou a ele conhecer o mundo e levantar recursos suficientes para colocar em prática seu sonho: realizar uma cruzada em Jerusalém. Os interesses de Colombo, em uma primeira avaliação, segundo as cartas trocadas com a Espanha, nos faria crer que ele tinha tanta ambição nas pedras preciosas tanto quanto os reis, porém, arguto e inteligente, sabia que notícias ruins de insucessos das expedições colocariam sua credibilidade e o financiamento das expedições em risco. Influenciado pelas histórias narradas por Marco Polo acerca do rei Can, interessado em receber mais informações sobre o tal cristianismo ocidental, Colombo queria ser ele o responsável em disseminar a doutrina cristã no Oriente, sobretudo em Catai (China) e Cipango (Japão). O maior legado que Colombo almejava era a propagação do cristianismo. O ouro e a prata, assim como os contratos de vice-reinado cumpridos e descumpridos pelos reinos da Europa de nada adiantavam se a palavra de Cristo não estivesse a bordo de sua embarcação. Por mais interessante que seja esta ideia, Colombo que fora de origem humilde, enviado para o contato religioso desde cedo, alimentava o sonho de salvar Jerusalém das barbáries “pagãs” ou de “infiéis” inescrupulosos com a terra santa. Até seu último dia de vida, Colombo acreditara que havia chegado à Índia e explorado lugares desconhecidos nos arredores, porém, seu maior legado viria após seu óbito, quando foi levantada a teoria de que o navegador não estava na Índia, e sim, havia chegado à América e ali seria considerado seu “descobridor”.

 

 

Referências Bibliográficas

 

TODOROV, Tzvetan. A conquista da América. A Questão do Ouro. Martins Fontes – 2° Edição. 1982

 

AQUINO, Rubim Santos Leão de. Org. História das Sociedades Americanas. Rio de Janeiro: Liv. Eu e Você. 1981.