A importância da Filosofia e da Sociologia em nosso tempo

A importância da Filosofia e da Sociologia em nosso tempo

A importância da Filosofia e da Sociologia em nosso tempo

COSTA, Thiago Augusto Pestana

 

 

Introdução

 

Este trabalho parte da iniciativa em dialogar com duas ciências distintas que se complementam, sendo de um lado a Filosofia dos períodos antigos e modernos, e do outro a chegada da Sociologia do findar do século XIX, onde podemos explanar nossos conhecimentos para melhor compreender os reflexos destas ciências para a nossa civilização contemporânea.

    Quando falamos em Filosofia, vamos logo aos primeiros filósofos da Grécia, porém, existiram outros de suma importância como vimos na Índia o sábio Buda que buscou o equilíbrio constante para a iluminação (Nirvana) e ao alcançar, sentiu a necessidade de ensinar a seus discípulos a serenidade alcançada. Já na nossa era, Ghandi e a filosofia da não violência, foi algo a ser admirado pelas civilizações do mundo como um exemplo de humanidade e dignidade, sobretudo para a obtenção da independência de seu país.

Na Grécia antiga, os homens tinham preocupações e indagações, que os levavam a perguntar sobre a origem da natureza da vida e do mundo em si, fator que ficou denominado filosofia pré-socrática preenchendo a tabula rasa do pensamento da humanidade. Delimitado o primeiro período da Filosofia, um nome de vulto iria compor um divisor periódico e caberia a Sócrates, tamanha responsabilidade devido a sua arguta e inteligente postura, sobretudo porque neste período o homem se dedicava ao pensar e o labutar não compunha os ânimos de grandes personagens da História. Sócrates tinha uma peculiar postura ao indagar o sujeito a levantar respostas às questões que propunha isso foi marca evidente da sua personalidade como sábio. As perguntas não deveriam ser feitas de maneira convencional, fruto de uma reprodução mecânica do pensar, e sim, o homem deveria refletir sobre as possibilidades de encontrar caminhos que o levasse a concisas respostas e para tal, seria necessário um esforço individual para entender o coletivo.

    Em função disso, Sócrates foi julgado e sentenciado a tomar a cicuta sob acusação de influenciar a juventude grega a refletir acerca dos mitos religiosos tão bem definidos e seguidos durante séculos de tradição. Se este período foi ressaltado é porque a tentativa de calar Sócrates falhou, pois, seu corpo pereceu, porém seus ensinamentos perduraram durante os séculos posteriores. Conhecido não só por ser discípulo de Sócrates, Platão fundou “A Academia”, e seguiu não só os ensinamentos de seu antecessor mais também construiu sua própria teoria. Como exemplo podemos atribuir entre outras, a história da Caverna, onde Platão faz uma reflexão sobre a necessidade de mudança, quando o homem se acomoda no seu estado físico, imóvel, mantendo-se relutante em sair desta condição em busca de novas possibilidades. Um exemplo pode ser percebido como “não se pode mudar o que já é”, e “temos que aceitar”. Aristóteles foi educando de Platão teve em sua sabedoria uma teoria diferente e até divergente dos aspectos encontrados no seu mestre. Teria como marca singular a tarefa de educar o maior conquistador que a história da humanidade pôde conhecer o estimado Alexandre, o Grande. Após a saída do conquistador de Pela, Aristóteles retorna para Atenas e funda o Liceu onde educa os jovens com uma peculiar maneira de filosofar andando e ficou “conhecido como peripatéticos, que significa que aprendem caminhando”, além da apresenta a analítica, estudo dos princípios e das formas de pensamento (MANNION, 2008, p. 39). Diferentemente do pensamento do ser reencarnado platônico, este afirma não haver ligação com a vida após a morte. A alma é parte do Espírito, e quando desconectado do material, ou físico, sobrevoaria em direção ao inexplicável. Quanto à felicidade este acredita ser possível que no decorrer de sua existência o homem consiga equilibrar a liberdade, conduta e ética onde repousará sua satisfatória felicidade. A lógica se faz presente neste filósofo, assim como o silogismo que leva o homem a procurar uma terceira opinião para confirmar as duas precedentes.

    Evidentemente, durante a Idade Média, um embate entre a filosofia e a religião, sobretudo o cristianismo (o iluminismo com Hume e Locke irão contra os preceitos religiosos) coloca a fé como a razão e verdade acima de tudo, pois para alguns filósofos, somente através da revelação divina é que poderíamos alcançar o conhecimento verdadeiro. O homem sempre esteve sujeito a erros, e os pensadores tentaram sempre interpretar e formular maneiras de conhecer e interagir conforme aquilo que acreditavam, como vemos hoje em nossa sociedade, é daí que o novo se insere no velho.  A partir desse momento, os filósofos modernos não aceitam a imposição da igreja e começam a surgir perguntas e buscar outros caminhos para o conhecimento, e não só com a fé, imposta pela igreja como a única forma de conseguir respostas que possam resultar em teorias de um novo conhecimento.

            Na civilização brasileira contemporânea, podemos perceber o grande esforço empregado pelo cantor Raul Seixas que formado em Filosofia, atribuía ela em todas as suas composições, em constantes diálogos entre o homem, a natureza e Deus. A grande contribuição para todos os indivíduos de uma sociedade composta por “seres pensantes” tomados de uma maneira mais organizada, ou seja, científica de pensamento, não poderia estar sujeitos a apenas os bancos acadêmicos, ora, em qual instituição universitária estudou Buda, Ghandi, Confúcio ou até mesmo o grande Sócrates? Evidentemente poderíamos responder que a escola deles foi à vida. A contribuição da filosofia para os dias que nos ocupam está relacionada diretamente na maneira de como podemos pensar para agir, tomar decisões e adquirir conhecimento ao manter contato com os clássicos e a partir deles entendermos as transformações ocorridas nos filósofos do presente, seja os que nos deixaram, ou os que estão colocando nos livros seu pensamento contemporâneo.

    Partiremos agora para a contribuição da Sociologia para a sociedade contemporânea sem biografar os inúmeros sociólogos que tanto contribuíram para embasar nossas pesquisas acadêmicas. Tendo esta ciência como uma das mais novas, ela interage com o homem na sociedade a que ele está inserido e organizações sociais, atribuem à sociologia um campo bastante amplo e preciso acerca da interação do meio social com o espaço geográfico. Poderemos compreender que no modo de produção feudal cada integrante teve – senhor, clero, vassalo – seu lugar definido – não adentraremos ao processo do feudalismo como um todo, porém o tomaremos como ponto explicativo de partida – e com a chegada da industrialização, outros parâmetros de vivência penetram os anseios desta sociedade, e a Sociologia tem todo interesse em estudar estas transformações. No primeiro momento, a sociedade industrial proporcionou agravantes devido à urbanização, seja em relação à moradia ou por contribuir com o surgimento de doenças possivelmente devido a aglomeração e poluição do ar, solo e rios. Outros problemas sociais podem ser percebidos neste período como o alcoolismo bastante presente na civilização brasileira, ressaltando também os baixos salários com grandes escalas de produção além da violência física e simbólica proveniente da divisão de classes sociais. Esta é a passagem modo rural – utilizamos este termo para não rotular feudalismo que não se deu no caso do Brasil devido à escravidão – para o industrial. Vale ressaltar que a cultura e a religião estão diretamente ligadas ao interesse do sociólogo que irá observar e estudar as crenças, valores, sanções, e o poder que estas estruturas possam ter tornando a Sociologia uma importante disciplina que nos ajuda a destrinchar e aprofundar os conhecimentos nas relações do homem interagindo na sociedade.

Com o avançar dos tempos surgem novos campos de estudos para a Filosofia e a Sociologia, como por exemplo: a globalização e a Revolução Tecnológica. Campo vasto para a pesquisa e essas disciplinas nos ajuda a ver com outros olhos o mundo no qual vivemos.  A globalização como conhecemos é algo fomentado pelo capitalismo excludente digno de “perversidade” como bem classificou o professor Milton Santos (SANTOS, 2013, p. 19) e a evolução tecnológica está diretamente ligada a este processo. Tais ciências nos levam a refletir acerca da interação do homem com seu modo de viver, interagir e pensar em um determinado espaço que consequentemente é geográfico na medida em que estão participando de uma interação humana seja para sobreviver ou conhecer.

     Ora, se a História é uma ciência interdisciplinar, o interesse nestas manifestações humanas é imediata e de suma importância para nos permitindo compreender a Sociologia e a Filosofia nos dias atuais com uma ótica expandida e diferenciada nas diversas vertentes da Ciência. Aos estimados alunos, espero que esta síntese possa contribuir para sua formação escolar tocando ao menos brevemente no seu modo de pensar e interagir no meio social. A decisão por não gostar de Filosofia já é em si um ato filosófico, ou seja, você pensou, logo decidiu: não gostar ou gostar de Filosofia. Já na Sociologia, tudo ao seu redor representa o campo de estudos da Sociologia, ou seja, dentro da sua casa quando você acende a luz ou bebe um copo de água você está inserida em um contexto de cobrança por serviços prestados pela companhia de água e luz. É muito simples a compreensão e temos mesmo é que tirar as vendas dos nossos olhos para não caírmos no abismo mais temido: o da ignorância.

 

 

Referência Bibliográfica

 

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofando: Introdução à Filosofia / Maria Lúcia de Arruda Aranha, Maria Helena Pires Martins. – 4. ed. – São Paulo : Moderna, 2009.

 

CHAUÍ, Marilena. Iniciação à filosofia: ensino médio, volume único / Marilena Chauí. – São Paulo: Ática, 2010 – 1ª Ed. 2010. Filosofia (Ensino médio).