DA FILOSOFIA ANTIGA À MODERNA

DA FILOSOFIA ANTIGA À MODERNA

DA FILOSOFIA ANTIGA À MODERNA

COSTA, Thiago Augusto Pestana

 

 

Introdução

 

Mediante a constante transformação que a civilização contemporânea passa as formas de pensar e agir vão se alterando e se adaptando as novas mudanças. Porém elas tendem a evoluir até o ponto que inúmeros debates possam levantar questionamentos de concordância e discordância acerca da construção de teorias a serem estudadas. É em função destas mudanças que este trabalho apresentará a síntese evolutiva da Filosofia antiga à moderna, com um lúcido piscar de olhos pegando carona com a História para melhor interpretar esta viagem que durante séculos se mantém viva e consciente.

            Seria impossível conseguir sustentar durante tanto tempo uma ciência ou disciplina do pensar sem ter a base central do início, do meio e sem correr riscos de teleologia, deixemos o fim para o futuro. Contudo a Filosofia passa por transformações bastante significativas no percurso dos séculos e sempre tendendo a superações de novas formas e métodos de pensar e agir. O filósofo René Descartes (racionalista) classifica que “o bom senso é a coisa do mundo mais bem partilhada; pois cada um julga estar dele tão bem provido, que aqueles mesmos que são mais difíceis de contentar em qualquer outra coisa não costumam desejar ter dele mais do que já têm” mais caberia opiniões divergentes destas, e é isto que faz da Filosofia uma realidade passível (DESCARTES, 2012, p.11).

            Objetos de estudos relacionados à natureza e todos os elementos que a compõe, tende a ser sobrepujados e indagados divido a procura incansável sobre a formação das mesmas, ou seja, de onde surge o dado espaço que os homens estavam inseridos? e como foi que se transformaram? Bom vista a problemática os ilustres pensadores começam a formular suas questões em busca de respostas. Para entender as transformações, seria imprescindível em primeiro lugar entender o homem, daí se destaca Sócrates. Percebendo o homem no seu espaço, este buscou encontrar nele as respostas o indagando para obtenção de resultados e não lhe fazendo perguntas, isso exigia um esforço do ouvinte para resolver as problemáticas que fora submetido, aguçando seus sentidos intelectuais o fazendo adquirir competências e qualidades, não só para si, mas para Sócrates que bem aliciou este processo de aprendizagem.

            Podemos compreender a Filosofia Moderna como amálgama da Filosofia Antiga, sobretudo porque elas se completam e se completam, porém não se manifesta de maneira cíclica – geometricamente em 360° – mas mantém uma estrutura linear aberta por sua autonomia na forma de pensar, construir e criticar. Embora apareça certo grau de religiosidade ou dogma por muitos como Descartes, após o iluminismo, outros como Hume e Locke com pensamentos liberais e centralizados no empirismo não dão razão aos dogmas. Ora se por um lado temos homens pensando, escrevendo e ensinando suas experiências de maneira concisa e científica, por outro percebemos a realidade e a necessidade imposta em prol da objetividade da razão na existência humana. Ser humano é isto, estar vivo para discutir, pensar, refletir, sobretudo aprender.

            Tais esforços e conhecimentos acabam por se tornar uma temática muito ampla e o propósito deste trabalho não consiste na biografia dos filósofos a partir do julgamento do grupo devido aos trabalhos produzidos por estes em melhores ou piores, e sim, executar uma reflexão dos fluxos do pensamento antigo ao moderno. O conceito utilizado no passado fomenta o conhecimento de hoje. A chama não se apagou no passar dos séculos.

            No Brasil uma ideologia conforme explicita a filósofa Marilena Chauí, “é um ideário histórico, social e político que oculta à realidade, e que esses ocultamento é uma forma de assegurar e manter a exploração econômica, a desigualdade social e a dominação política”, se foi anunciado o termo ideologia é porque se fez presente na crítica, de Marx e Engels a Hegel. Evidentemente as obras desses dois amigos, acabam repercutindo acerca da economia e do materialismo histórico, frutos de um pensamento hegeliano não sendo propício desmembrar sua teoria neste dado momento de tão ampla e complexa que até hoje ela é. Portanto Karl Marx – Friedrich Engels teve grande importância senão até mais que Marx – quando formula sua teoria evidenciando a luta de classes entre outras, atrai para estes pensamentos uma grande quantidade de estudiosos conhecidos como marxistas (CHAUÍ, 2008, p.7).

O trecho acima citado de Marilena Chauí deixa claro o cunho marxista da autora, embora esta possa estar sujeita assim como qualquer ser humano a mudar e/ou rever seus conceitos sobre. Instituições como a Escola de Frankfurt que se preocuparam “com o contexto social e cultural do surgimento das teorias, valores e visão de mundo da sociedade industrial, avançada procurando assim atualizar e desenvolver a teoria, marxista enquanto teoria filosófica e sociológica” demonstrou a forte influência dos alemães Karl Marx e Friedrich Engels em seus revolucionários modo de pensar (MARCONDES, 2007, p.268).

            Não poderíamos finalizar sem mencionar além dos autores citando os modelos de seus predecessores em parênteses sem mencionar como bem classificou Houaiss a palavra contemporâneo em “o que viveu ou existe na mesma época” e moderno “relativo ao período da história mundial, esp. Europeia, que se inicia no fim da Idade Média e termina com a Revolução Francesa”, sendo assim, podemos compreender em que período está situado o tema proposto a esta atividade (HOUAISS, 2010, p. 194; 527).

            Tamanha “modernidade está sempre relacionado para nós ao “novo”, àquilo que rompe com a tradição”, portanto há que se supor que este rompimento de tradição teria sérios problemas de serem sustentados e portanto para resolução deste impasse muitas cargas teóricas e anos de estudos de uma forma crítica e acentuada poderiam dar o embase propício para este rompimento. Seria necessária, sobretudo coragem. Michel Foucault a teve e foi adiante em suas pesquisas contribuindo para com a humanidade em diversos como classifica Bourdieu “campo”. A loucura, sexualidade, o “poder” são seus principais objetos de estudo, ou seja, a interação dos indivíduos em determinadas circunstâncias que repercutem em alguns desvios de conduta “padrão” de um indivíduo na sociedade a qual pertence. Fica claro estes exemplos como contemporâneos e que fazem recortes específicos da interação homem e o meio social herdeiros da Filosofia antiga.

            Podemos concluir que embora o matemático e filósofo Descartes seja o precursor da Filosofia Moderna, e o mesmo não ter admitido ser, a evolução, sobretudo inglesa interviria no seu modelo de pensar e de atribuir valores a Deus “soberano, eterno, infinito, imutável, onisciente, onipotente e criador universal de todas as coisas que estão fora dele” e sua razão. Sua própria indagação o leva a reflexão sobre o que fazer diante das diversas situações divergentes encontradas na vida, daí seu termo de pensar significando algo interno de si que refuta a certeza de sua existência (DESCARTES, 2012, p. 95). Entre a fé e a metafísica existe uma verdadeira batalha onde uma tenta com seus adeptos sobrepujar a outra e isso é característico na ciência que segundo o professor Nelson Valverde durante aula diz “a ciência sempre está buscando explicar tudo”, portanto, a mente humana deve estabelecer um contato aberto à amplitude de novos conceitos para a obtenção de novos conhecimentos. Da Filosofia antiga à moderna, muitas coisas mudam, porém os conceitos precedentes não são ignorados e sim compreendidos e repensados, formulando novas teorias, argumentando e apreciando as respectivas conclusões. Seja como a filosofia de Buda e sua constante busca de equilíbrio denominado Nirvana, ou na forma com que Confúcio tentou organizar sua civilização incansavelmente, priorizando a educação como algo a ser mantido no decorrer de nossas vidas. A busca pelo conhecimento é como uma queda de cachoeira que nunca cessa e o dia que esta faltar, a única coisa que restará, será o vazio. Gandhi e a não violência, a busca pela harmonia e independência da Índia. Pode-ser-ia considerar como uma filosofia de vida, portanto, as diversas formas de todos os continentes deste planeta, consideravelmente se pode afirmar que será válido ao sujeito que não se acomodando com a situação, poderá fazer algo de novo, seja na maneira de pensar, seja na forma de agir.

 

 

Referências Bibliográficas

 

CHAUÍ, Marilena. Iniciação à filosofia: ensino médio, volume único / Marilena Chauí. –

São Paulo: Ática, 2010 – 1ª Ed. 2010. Filosofia (Ensino médio) I. Título.

 

__________. O que é ideologia/ Marilena Chauí. – 2. Ed. – São Paulo: Brasiliense, 2008.

(coleção primeiros passos; 13).

 

FOUCAULT, Michel, 1926-1984 . A arqueologia do saber/Michel Foucault; tradução de Luiz Felipe Baeta Neves, 7ed. - Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008. (Campo Teórico)

 

__________. As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas / Michel Foucault; tradução Salma Tannus Muchail. — 8ª ed. — São Paulo : Martins Fontes, 1999. — (Coleção tópicos)

 

MANNION, James. O Livro Completo da Filosofia (Entendendo os Conceitos Básicos dos Grandes Pensadores de Sócrates a Sartre) – São Paulo: Madras 2008

 

MARCONDES, Danilo, 1953. Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein / Danilo Marcondes. 2. ed. ver. ampl. – Rio de Janeiro: Zahar, 2007. 14ª reimpressão – 2013.

 

MARX e ENGELS. A Ideologia Alemã / (Feuerbach – A contraposição entre as cosmovisões materialista e idealista) – 3ª reimpressão; Tradução: Frank Müller; Martin Claret; São Paulo: 2010. (Coleção obra prima de cada autor)

 

Referência Bibliográfica Virtual

 

A VIDA DE BUDA. (Documentário BBC)

Disponível em: www.youtube.com/watch?v=8vN7UCK6WD8; Acesso em: 04/04/2014.

 

CONFÚCIO: Palavras de Sabedoria - Documentário Completo.

Disponível em: www.youtube.com/watch?v=ZwfriXI3CHQ; Acesso em: 04/04/2014.

 

Gandhi - O FILME COMPLETO - 1982

Disponível em: www.youtube.com/watch?v=DigZ14rAhD8; 05/04/2014